Equipamento visa a aumentar a proteção das mulheres vítimas de violência doméstica

O presidente da 4ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, Marco Antonio Souza Arruda, esteve presente à solenidade de inauguração da Sala Lilás, em Lages, na tarde de quinta-feira (7).

Representando a presidente estadual, Cláudia Prudêncio, Marco Arruda destacou que o equipamento vem ao encontro do projeto OAB por Elas, desenvolvido pela OAB Santa Catarina, que visa a oferecer suporte jurídico gratuito às mulheres que sofrem de violência doméstica.

“Essa parceria já existe em outras cidades e queremos implementar em Lages. Estamos em tratativas com a delegada regional Luciana Rodermel, para, além desse acolhimento que vai ser feito aqui na própria delegacia, que tenhamos um espaço de orientação jurídica gratuita a todas essas vítimas tão necessitadas.”

Montada em um espaço na sede da Delegacia Regional de Polícia, em Lages, a Sala Lilás é destinada ao melhor acolhimento das mulheres vítimas de violência.

Presente ao evento realizado na tarde de quinta-feira (7), a coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCamis) da Polícia Civil em Santa Catarina, delegada Patrícia Zimmermann D’Ávila, destacou que a unidade de Lages é a vigésima oitava já instalada nas delegacias de Santa Catarina e vem cumprir a nova legislção que determina o atendimento especializado 24 horas por dia.

“A Sala Lilás é, na realidade, um núcleo de atendimento à mulher vítima de violência. Quando a mulher chega na Central de Plantão Policial, vai para um espaço acolhedor, projetada ao procedimento às vítimas de violência, onde ela recebe atendimento qualificado para fazer o boletim de ocorrência, aplicar o formulário de avaliação de risco, pedir a medida protetiva de urgência e no momento em que a vítima é ouvida, ela é ouvida separadamente.”

A delegada entende, que dessa forma, é mais provável fazer com que o ciclo de violência se rompa, dando mais segurança às vítimas. Neste ano, de acordo com Patrícia, mais de 9 mil boletins de ocorrência sobre violência doméstica foram registrados no Estado e a expectativa é que os números cresçam com esse tipo de atendimento.

“Com as Salas Lilás, a tendência é aumentarem os atendimentos, porque onde há essas salas, estatisticamente, os números são maiores”, conclui.

A delegada regional e titular da DPCami de Lages, Luciana Rodermel, acrescentou que a Sala Lilás é um ambiente mais acolhedor, deixando a mulher vítima de violência um pouco mais confortável para a vítima que, muitas vezes, está com os filhos. “Presenciar o relato de uma mãe que vivenciou uma violência doméstica sempre é difícil e isso também pode impactar na vida das crianças. Então, é um ambiente um pouco mais acolhedor, privativo, em que as crianças também têm um espaço físico, onde possam se distrair enquanto a mãe presta o depoimento.”

Em Lages, a sala está em funcionamento já há alguns meses e somente agora está sendo entregue, oficialmente, à população. Luciana informou que somente neste ano, foram encaminhados mais de 1.200 pedidos de medida protetiva ao Poder Judiciário e muitos deles já foram feitos na Sala Lilás.

“Acredito que além de mais segurança, a Sala Lilás demonstra o respeito que a sociedade está tendo com as mulheres vítimas de violência.”

O diretor de Polícia do Interior, Antônio Lucas, reforçou que as salas começaram a ser instaladas no ano passado e deve haver um incremento desses equipamentos por todo o interior do Estado. “Até a cor da sala foi estudada. Lilás é uma cor que remete ao equilíbrio emocional e à paz interior. A intenção é dar um pouco de conforto para as vítimas”.